Estive ausente. Sou uma sem-educação.
Li uma entrevista com a Cláudia Matarazzo, ban, ban, ban da etiqueta, que a maior gafe da contemporaneidade é o comportamento compulsivo das pessoas não terem mais tempo para nada. É com a maior naturalidade não dar mais a atenção devida a ninguém, atender o celular em praticamente qualquer ocasião. Aliás, já existem estudos sobre a síndrome do celular - já se pegou achando que ele estava tocando e não estava? Bom, eu definitivamente ouço coisas. Sou uma sem educação e pior, convenientemente estressada.
Falando sério, quantas vezes por dia você se pega dizendo: não deu tempo? É uma desculpa tão comum que a gente a incorpora e pior, acredita nela. Pois bem, para tentar evoluir meu espírito pobre, fiz aquela lista infindável de coisas que não deixaria pendentes no ano vindouro. Uma das resoluções de 2007 era escrever a coluna assim que voltasse de férias. E assim como todas as outras promessas (falsas, porém cheias de boa intenção....) não se concretizam, essa obviamente também foi pro vinagre!
É com certa cara de pau que confesso... faz aí uns diazinhos que as férias acabaram, na verdade já estou em pique de carnaval e nada de texto para o ser Curitiba. Resumo: mal voltei de férias e já penso nas próximas. Este é com certeza um ponto positivo dessa vida atribulada, sempre pensar em sombra, água fresca e coquetéizinhos com guarda-chuvas.... No meio tempo? Culpar o trânsito, os filtros anti-spam e a bateria sempre ruim do celular pelos compromissos atrasados ou perdidos. O verão ainda tem um plus: a chuva, bastou chover para tudo o que estava ruim piorar. A conexão vai por água abaixo. Não se vai mais nem de carro, nem de ônibus, nem de avião, menos ainda de helicóptero. (Vai saber se o heliponto está com poças d´água de 3mm?!) Isso sem falar do metrô, cuja moral foi literalmente por terra.
Não vou cuspir no prato que como, se estou postando, é porque sou um dos muitos zumbis, que passam o dia hipnotizados pela web e ablando loucamente no celular. Mas agora, compartilho com vocês mais umas das funcionalidades da vida moderna: ela é a desculpa coletiva ideal, todos falamos esta lígua com certa autoridade e desfaçatez.
Viva a vida moderna! Que aceita complacentemente a culpa.
(Publicada em 2007 no extinto site SerCuritiba)
12 de dez. de 2007
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