30 de jan. de 2008

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Todos os lados da moeda

São todos(as) iguais, só mudam de endereço. Você pensou em que? Homens? Mulheres? Mães? Este dito popular se aplica a muitos exemplos, personifica muitos personagens em nossa volta, não escapam os filhos, os pais, o chefe, os estagiários - os dois últimos capítulos à parte na comédia da vida corporativa - os porteiros Zé, as empregadas que escondem tudo – mas juram de pés juntos que nunca nem viram o objeto perdido, os manobristas de mãos suadas (o que catzo eles estavam fazendo minutos antes de trazer o carro?!)...

O mais intrigante talvez seja perceber que sempre estaremos em alguma ponta desta expressão. Tá lá, no filme do super-homem, uma sábia e antiga profecia Kryptoniana: “The son becomes the father and the father becomes the son.”

Sim, até no caso do porteiro, da faxineira, da empregada e nos outros milhares de exemplos não citados dos quais você tentou tirar o corpo fora. Em todos os casos a gente se sente compelido a responder a criatura, a se questionar tentando entender a situação ou tentando ainda, fazer com que entendam a simplicidade da coisa que acaba tomando proporções maiores. Se a gente não discute, a conversa sem pé nem cabeça não se alastra. Por que temos isso em nossa natureza?

Outra coisa curiosa e recorrente neste tema porque somos iguais aos nossos pais? Não idênticos, mas acabamos pegando aquelas manias que a gente costumava tirar sarro como perder as chaves, esquecer os óculos, usar roupas desengonçadas porque são mais confortáveis... Eu tive a oportunidade de trabalhar tanto com meu pai quanto com a minha mãe e é fato, parentesco é que nem pólvora. Pude comprovar o que já observava entre sócios-irmãos (alguns ex-chefinhos...) os ânimos vão de zero a cem, a língua perde as travas e todos os outros em volta morrem de vergonha e constrangimento, mas sabem que em questão de horas tudo estará nos eixos novamente.

Pensando no Buda (ommmmmmmmm), tentei ver o lado positivo das coisas – é um exercício que tenho feito no último ano, parecia ótimo de início e muito cretino após um curto espaço de tempo, até que eu peguei a veia humorística da coisa. Tudo tem sim um lado positivo, mesmo que ele seja tragicômico. - Passei a reparar nas críticas trocadas, nos comportamentos ida-e-vinda e percebi uma grande fonte de autoconhecimento. Funciona como um espelho, do que mais te acusam, têm mais receio de ser acusados e no que você mais mete o pau é o que tem medo de fazer com os outros sem perceber. Tenha coragem de se perguntar se você tem uma característica familiar que abomina de verdade, tipo espelho espelho meu... Pode ser muito revelador. Já que você vai ser um dos lados da equação, que seja o mais simplificado, com menos incógnitas, sem raízes a extrair, seja a hipotenusa e vá na diagonal direto ao ponto... (Mas sem rodeios, porque aí tem que calcular o pi, com quatro casas depois da vírgula!)

Pense no provérbio alien, afinal se depois de viajar anos luz ele foi imortalizado pelo cinema, dele valer de alguma coisa:


"You will be different, sometimes you'll feel like an outcast, but you'll never be alone. You will make my strength your own. You will see my life through your eyes, as your life will be seen through mine. The son becomes the father and the father becomes the son."