17 de jul. de 2008

Whitebottom, e agora?

Um conjunto para ser um conjunto tem que seguir algumas regrinhas. A gente aprende isso desde cedo, quando a professora falar que os elementos pertencentes ficam boiando dentro de uma linha que fica entre uma ameba ou um – pra quem é dessa época – um membro da família Barbapapa. A sábia professorinha também costumava confinar os tais elementos entre duas chaves. Enfim, numerais assim soltos no nada não contavam como conjunto. Se você nunca foi bom de matemática ou não tem uma memória prodigiosa, há um exemplo mais simples e mais cruel: o amiguinho que ficava sentado com a lancheirinha brega e a pior das merendas no canto, sem companhia, de óculos fundo de garrafa e aquele aparelho que mais parecia uma tortura medieval. Um pequeno indivíduo como esse não fazia parte do conjunto...

(Aos curiosos e desmemoriados: mami e papi Barbapapas)


A gente cresce e vê que as regras matemáticas também se aplicam às sociais. Todos precisam encontrar seus pares. Note que os numerais (femininos) ímpares ficam sobrando após os 30.... A conta simplesmente não bate. O que confere ao mercado uma boa renda em filmes, cosméticos, drinks da moda, regimes mirabolantes e tudo quanto é alternativa ao malfadado almoço com as tias no final de semana.

Com tanta atividade hoje as tais regras são muitas: é dress code, é linguagem fast forward para MSN, vocabulário correto para se dirigir a idosos e a negros, etiqueta (vc pensa que ser chic é fácil?), inteligência emocional e jogo de cintura by the book para não se degladiar e nos pequenos corners dos offices.... (deixando de fora toda a tormenta do manual de como discutir a relação com elegância, isso vale outro texto)


Bem, eu queria saber do meu mais novo ídolo, o Mr. Whitebottom, uma fina criatura que assina uma coluna de bons modos para a Piauí - não precisa ter preguiça que são várias dicas curtas, dá tranqüilamente pra ler uma ou outra sem cansar e ainda dar pinta de intelectual com aquele calhamaço colorido nas mãos – como é o amantes code. Mulher do chefe pode tudo? Vale mais se for a oficial ou a outra?

= Para que compreendam a maestria nos conselhos do guru Whitebottom, ele sugere que para colocar pacificamente um triângulo em uma mesma mesa de convivas civilizados, a anfitriã pode tomar o cuidado de colocar dois homens (fortes) entre marido e mulher e posicionar a amante (ou o amante, sejamos modernos como os tempos urgem) em frente para a tradicional roçadinha. (o que o finérrimo Mr. Whitebottom deixa claro não funcionar em casos de tampos de vidro)


Bom, mas afinal o que fazer com uma mocréia que se acha “a tal” em campo profissional? Como dar o amarelo seguido de um vermelho para a mina que o chefe está pegando??? (sim, pq ninguém tão incompetente poderia ser tão arrogante caso não tivesse as costas quentes - no caso, aquecidas e friccionadas pelo homem que paga o seu salário no final do mês)

Recebi um e-mail incrível, no sentido de inacreditável, em verdade inimaginável, estapafúrdio mesmo, de uma das estagiárias hoje. Ela basicamente ‘queima’ a minha gerente de projeto e diz que eu faço uma direção incompetente da equipe. Assim, sem maiores constrangimentos ou salamaleques. Afirma com veemência que os meus atrasos são injustificáveis (a menina é freelancer e tenta enfadonhamente regular os meus horários à distância.) (Hein?!). Como assim eu não respondo prontamente aos e-mails dela? Será que não vejo que a estou pondo numa situação incômoda de ócio??? A tal mocinha ainda faz questão de me alertar que há uma pessoa ‘entre nós’ que fica ociosa um dia da semana... Minha filha... alowwww vc não tem nem 20 anos, se quer ajuda para gerenciar o seu tempo aí vai um conselho sábio: vá ao cinema no meio da tarde que você ainda pode, em vez de ficar me destemperando com rabugices!!!

Me pergunto o que ela diria ao Criador em pleno domingão, naquela horinha em que, depois da macarronada com porpetas, frango e farofa, ele se deitasse à sombra de uma frondosa árvore recém-criada coçando o barrigão satisfeito uma para curtir sua obra-prima....

Confesso que fiquei na dúvida sobre o comportamento da pupila insubordinada, se era falta de noção ou excesso de coragem. Deve-se ensinar o bê-á-bá a uma criatura imatura e malcriada dessas ou parabenizá-la por estar adentrando a vida adulta com cara de pau de veterana?