24 de abr. de 2008

O Jogo do Espaguetinho

Se uma pessoa se define por suas ações, os hábitos diários seriam o tratado pessoal de cada um de nós. Provavelmente o que constaria dos autos, a rotina dos nossos mais intrínsecos comportamentos repetitivos.

Por exemplo, dentre os meus hábitos alimentares a minha compulsão é por massa. Nada como um bom macarrão com queijo para apaziguar qualquer ansiedade, confort food de primeira. Outro traço peculiar é o assalto descarado que performo com meu garfo nos pratos alheios, tomo de assalto bocados suculentos dos vizinhos sem o menor pudor. Afinal, toda refeição entre amigos pode ser um incrível menu degustação.

Saindo do campo alimentício – o que é uma pena, ainda poderíamos falar de outras gulodices tão tradicionais à minha pessoa – acho que seguimos estes comportamentos que nos rotulam, por vezes de maneira simpática, em outras áreas da vida. É preciso coragem para não levar o garfo até o prato do outro e pedir algo novo e ousado ao invés de desejar que o façam por você. (ok, voltei para a comida... mas é que era uma metáfora boa de mais para desperdiçar). Sempre escolher os mesmos parceiros no cardápio vasto da vida ou o mesmo tipo de amigos em vários círculos, pode levar a uma vida menos interessante e menos bem-sucedida. O pré definido, o pré escolhido pode ser um velho amigo, mas pode fazer parte de uma rotina de vícios que algumas vezes deveria ser quebrada, nem que fosse só por curiosidade.

Porque sofrer nos mesmos tipos de relacionamento? Por que ligar quando a gente sabe que não deve? Ver quando sabe que não vai ser nada digestivo? Engolir sapos de trabalho por que a vida é assim mesmo? Por que nunca começar o regime na segunda- feira? Aliás... por que segunda??? Que tal começar o regime na quarta?

Nos que tange a vida profissional acho que tenho dado bons passos, jobs interessantes e parceiros que acrescentam, estou fugindo como o diabo da cruz daquele espécime cliente-sangue-suga. Não há o que pague as rugas, o cabelo branco, a neosaldina e o omeprazol causado por esta síndrome de 'meu nome é trabalho'. Trabalho pode ser o nome do meio, eu ainda sou a Daniela.

No que diz respeito à comida, acho que é uma mudança a ocorrer apenas na próxima vida. Pretendo continuar surrupiando alegremente comidinhas alheias e 'manjando' belíssimas porções de massa – que podem muito bem ser de autoria própria, aquela 'limpa geladeira' que cria receitas inéditas e impossíveis de repetir e que ,por isso mesmo, não devem ser degustadas, mas celebradas! De preferência com um bom vinho e uma boa companhia.

Agora, o passo dado esta semana foi mudar uma rotina de relacionamento. Sabe o jogo dos palitinhos? Que temos que tirar um de cada vez sem mexer na pilha? Aquele de infância que parece um monte de espaguete colorido??? (: P) Pois é, puxei um. Não liguei de volta. O que poderia ter sido encarado como um retorno inocente, me pareceu desta vez um dos mais descarados. Um ex-rolo, atual amigo ou vice-versa ligou, foi o tempo de falar alô e caiu. Um silêncio se seguiu. Um nome que aparece assim no visor do celular não podia passar impune... Por que não?

Sempre eu tomo a iniciativa, ligo, pego, levo, (dou banho... mas não troco a fralda, ok?)
O que será que era??? Qual seria o assunto? Dinheiro? Carona? Sim, pq amigo, rolo ou 'sei-lá' gato só dá trabalho... não recomendo. Minha mãe já dizia: “minha filha.... homem bonito só dá trabalho...” As mães são quase tão sábias quanto as músicas de corno, impressionante!

Bom, depois desse comichão causado pela estranha aparição do nomezinho na tela... o cara.... Ligou pra você? Pois é, pra mim também não... Puxei o pauzinho – não liguei de volta. Não mandei torpedo também, senão não vale, né?
Pensei:
a) se foi engano, não deu a menor satisfação na seqüência do evento – tipo assim, nem ligou de volta;
b) se foi intencional qual o problema em ter insistido – tipo assim, vai saber qual era o assunto do moço?!;
c) se foi pra eu ligar de volta porque o cara é muito pão-duro azar. Pão duro não está no meu cardápio!!! Tipo assim: tô de dieta desse tipo de gente!!!!


Agora, quer saber? O tal puxãozinho no pauzinho teve uma reação imediata. Incrível como mesmo as pequenas mudanças têm um efeito devastador em nossas vidas. Quase cósmico. No meu caso, sísmico! Passados alguns minutos de silêncio e de não retorno, a terra tremeu: 5,2 na escala Rischter. Impressionante o funcionamento ágil dessa vida globalizada.



A foto eu colei do site da Helena, uma destas parceiras muito gente boa, boa de garfo!
helenadecastro.com

16 de abr. de 2008

Um sertão em preto e branco





Os grandes feitos começam com uma idéia despretensiosa, uma conversa informal, um primeiro passo cambaleante e, às vezes, quem sabe, de uma frase que lemos em algum lugar... sobre alguma coisa...



O Tico da BOBSTORE foi pego em um destes momentos, em um e-mail sobre as boas ações da Angelina Jolie, que mesmo sendo celebridade, mesmo sendo conhecida nos quatro cantos pelos lábios milhonários, fartos e carnudos, mesmo tendo um marido ultra-mega – hiper- power cobiçado e um mundo a seus pés, quis ela por os pés no mundo e ajudar comunidades, povos, tribos, grupos, pessoas, grandes e pequeninas ao redor do globo. Eis que o Tico foi caçar dentro do nosso território, qual parte do nosso povo era a mais necessitada e foi assim que conheceu o sertão alagoano.

Ele foi, não esperou acontecer.

Hoje ele encabeça o projeto amigos para sempre, que visa ajudar estas pessoas, dando a elas a mínima condição de vida, para que elas possam caminhar com suas próprias e subnutridas pernas. Muitos dos seus amigos embarcaram no projeto que hoje será transformado em poesia concreta através das fotos de Marcelo Bormac. Os rostos marcados como o chão duro e seco do sertão compõem a exposição Retrato de Um Sertão, no Ateliê Oral, Rua João Lourenço, 564, Vila Nova Conceição, São Paulo. As fotos à venda integram os projetos de arrecadação para o Amigos Para Sempre.

Que tal exibir uma parede politicamente correta em preto e branco como forma de colorir o sertão?




Para quem sempre quis uma foto assinada vai lá: são apenas 16 a R$ 800,00 cada no melhor estilo tupiniquim cult.

3 de abr. de 2008

Dani Expo




Desde pequena, quando eu pegava o giz de cera para desenhar lindos arco-íris nas paredes de casa, mamãe já sabia que eu seria uma artista, um talento nato. Enfim conquistei outras paredes que não a de casa, e com algo mais bem-humorado do que o infame arco-íris e as nuvenzinhas de chapéu de festa. (eu não era um mimo?)

Enfim, o Tico da BOBSTORE tinha lido algumas destas coluninhas aqui e me encomendou um texto sobre sua marca masculina que estava para sair do forno, a Los Dos – justamente sobre o lado anjo e o lado diabo do homem. Falar sobre a dualidade masculina para uma balzaca solteira e serelepe como eu é um prato cheio, né? Para a minha completa felicidade ele adorou e colocou estampado em anúncios, na sala dele e no provador da loja em Moema! (que por sinal inaugurou ontem, com convite intrigante: quem disse que o Diabo veste Prada é porque não conhece a LOS DOS.

Esse parceiro é tão incrível que não veste a camisa (que por sinal, agora é dele mesmo), mas veste a parede!!!




Segue a obra-prima na íntegra:

Existem dois tipos de homens: os apaixonados e os apaixonantes. Os primeiros são aqueles que os irmãos e primos indicam enquanto os segundos são eles próprios fora do ambiente familiar. Os apaixonados são os genros ideais, os maridos ideais os pais ideais. Os apaixonantes são de matar as amigas (e os amigos) de inveja, são safados no bom e no mau sentidos e não vão se casar nunca. O que separa estes dois indivíduos tão diferentes? Um bocado de experiências e uma pitada de tempo. Eles são dois lados de uma mesma moeda.


A maior arma masculina é essa alma repartida. A dualidade que reside em todos e em cada um deles mesclando com maestria suas porções anjo e diabo. Esta convivência é incompreensível a elas e, portanto, afrodisíaca. Nada é mais doce que submeter um sedutor; nada é mais quente do que braços protetores. E nada, mas nada mesmo é mais irresistível do que a possibilidade de transformar, afinal, elas nunca estão satisfeitas com o que têm. Um homem é uma tela em branco onde as mulheres querem pintar e bordar, e vice-versa.


Em sua porção ‘querubim’ têm sabor de ‘quero mais’: o sexo dos anjos é feito com amor e carinho. Estes homens abrem a porta do carro, mandam flores e convidam para jantares românticos. Eles não mentem (ou pelo menos o fazem raramente e com muita discrição...) e o look deles é caprichado, mas pensado para não ofuscar o delas.


Em sua faceta endemoniada exalam luxúria e fazem sexo vigoroso com carícias e volúpia. Acreditam na independência feminina: não abrem a porta do carro para que seu inebriante perfume fique mais concentrado e as abale (isto é: garanta o abate) já de saída, freqüentam lugares da moda onde podem ver e ser vistos e raramente ligam no dia seguinte. (Na semana seguinte, quem sabe...) Estes homens são irremediavelmente charmosos e estilosos dos pés à ponta dos cabelos.


O que seduz uma mulher? Pelo que ela quer se deixar conquistar? O homem correto é o certo... ou o errado? Ou talvez... “Los Dos?”