27 de mar. de 2008

Memória Curta, Passarela Longa


Estou recolhendo opiniões a cerca da pergunta: Por que os assessores de famosos (ou “wannabes”) são tão escrotos? É quase tão recorrente e tão curiosa quanto porque as mulheres vão juntas ao banheiro? Ou , porque os homens tem fascínio por esporte? (eu conheço uma boa parte da população paulistana que assiste qualquer tipo de jogo de qualquer time e de qualquer nacionalidade sempre que encontra o controle remoto indefeso e a poltrona defronte a TV vazia.)

Mas voltando aos quase famosos, ao assessores groupies. Se isso nunca aconteceu com você, certamente já ouviu alguma historinha bem infame das bibas bookers em agência de modelos, das assessoras de imprensas de globais, das primas, tios e irmãos empresários de BBBs, dos familiares de alguém que saiu na Caras na semana passada, ou quem sabe da manicure que atende a irmã da figurinista da novela das 8. O que se passa na cabeça destas pessoas? Estamos todos tentando fazer nosso trabalho, e o pessoal acha que é mais importante do que a figura – quase sempre nem tão importante assim – que eles acham que representam.


Eu estava com uma página de pauta sobre uma modelo que estampa algumas páginas de um editorial de inverno. Uma página sem ser editorial, sem vender nadinha de nada a não ser a imagem da ditocuja. Só mesmo para a falar da vida da beldade. Ué, Se fala tanto que modelo não tem conteúdo... poxa, era uma boa oportunidade para que a jovem fizesse uma narrativa muito fashion sobre antropologia cool, a zoologia dos tecidos, ou quem sabe de quantas hipotenusas se compõe um salto vírgula. Enfim, recebi da simpaticíssima booker “Silvinha” – essas pessoas nunca têm nomes convencionais com Paula, Lúcia, João ou Roberto, mas Beto, Kalú, Malú ou Pixú – um completíssimo “release” de quatro linhas e uma meia dúzia de marcas nacionais e internacionais elencadas. Dentre elas, umas quatro ou cinco eram a vougue em todas as suas facetas: RG, Brasil, jóias, se tivesse agenda brinde de final de ano da Vougue estaria lá na lista também. (isso me faz pensar que um santinho de fashion week pode ser um ultra nicho de mercado, ia voar pena pra ver quem era musa, “nossa sra cheia de graça” da vez.atrás, o manequim, cor dos olhos, peso, altura e nome bizarro e telefone do(a) booker metidinho do mundinho)
Enfim, essa era a vida da menina, quatro linhas. Quatro anos em quatro linhas, isso é que é carreira concisa. Milão, Paris, NY, Louis Vuiton, Cloé e Balenciaga. Pra que lembrar mais, né?


13 de mar. de 2008

Tempo sem fome ou fome sem tempo?

Eu sou uma contadora de histórias, para mim, a objetividade dá voltas em torno dos fatos até encontrar o melhor caminho. A leitura deve carregar as pessoas, cativar olhos ávidos e não apenas fornecer dados que os satisfaçam rapidamente. A atenção deve ser exigente e gulosa, não se entregar a pratos rápidos, sem calorias e sem sabor.

É aí onde encontro o foco do dilema que enfrento, da luta que travo contra o tempo. Como jornalista não posso me dar ao luxo de contar todos os detalhes que não cabem nos caracteres determinados, não posso degustar e depois avaliar o retro gosto das linhas.

Aprecio e invejo os objetivos, que não deixam a imaginação atropelar a eficiência. Mas me sinto só neste grupo de enroladores, de divagadores, navegadores de um mar sem porto.
Quanto mais maremotos melhor!


obs.: Esse mesmo tempo também não tem deixado que eu alimente o blog para que ele cresça esbelto e sadio.