25 de out. de 2012

Bicho papão

Faz quase um ano e meio descobri um monstrinho dentro do armario. Num exame oftalmológico, uma amiga querida - e sagaz Dra. - achou uma alteração no exame de fundo de olho. Fez na hora uma retinografia e me pediu uma tomo. Entre a ficha cair e o tratamento efetivamente começar, tirei no meio tempo umas férias já programadas. Desestressar melhora tudo, certo? Eis q a pressurização no avião incrementou a situação e uma dor de cabeça intermitente fez alfândegas de ida e volta.  O q havia no armário? Pseudotumor, pseudopapiledema, hipertensão intra-craniana. Nome, sobrenome e pedigree de um bicho que não existe, mas tem potencial de causar um tremendo estrago. O que é: pressão alta no líquor, aquele líquido que corre na coluna e na cabeça, e q estava pressionando um monte de coisas importantes q não deveriam ser incomodadas - como o nervo ótico, por exemplo. Não é um tumor, mas pode causar os mesmos danos. Nesse caso perda de visão, de audição e convulsões. Sabe aquelas coisas que só habitam sua cabeça, mas que na verdade não existem? Esse é o caso que melhor ilustra a expressão.  Um bicho papão num canto escuro dentro do armário, todo desengonçado bagunçando seus pijamas, q mesmo não sendo fisicamente real, no silêncio dos barulhos de uma noite longa, soa sinistro e dá aquele arrepio refrescante nas costas. 

24 de out. de 2012

Blog desatualizado é o confessionário perfeito

Acabo de derreter tijolinhos de Talento vermelho (aquele com avelãs) no microondas para usar de cobertura no sorvete de creme que soterrou com singela avalanche gelada um semi-inocente doce de maçãs cozidas que compunha meu lanchinho da tarde. Pra comer assim, sem pudores, sem vírgulas.