
Respirei fundo e passei pela cancela de saída para enfrentar o asfalto – e os táxis, os motoboys, aqueles malditos faróis que fecham bem na sua vez... Bom, e não é que o trânsito na 23 de maio estava livre e desimpedido?! Antes que eu blasfemasse contra mim mesma me surpreendi com uma av. Paulista também ótima e um frentista de posto que indicou um caminho corretíssimo quando eu me perdi lá pras bandas de lá. (eu sou péssima pra caminhos... meu aniversário já foi, mas um GPS seria um caso de caridade e não conta, será bem recebido em qualquer época do ano)
Quão incrível é isso? (Não do GPS, do trânsito!!!)
Pois é, mas como estamos falando de São Paulo... Quando eu finalmente cheguei ao Shopping não tinha vaga, claro. Fiquei dando voltinhas, depois peguei fila no elevador. Estamos falando dos que interessam, os elevadores 6 e o 7 que vão nos andares pares porque uma vez dentro do shopping é necessário fazer baldeação de elevadores e a turista aqui não fazia nem idéia. Lá do final da fila, avistei uma escada, resolvi eliminar ao menos um andar. Quando saí pela porta corta-fogo estava fora do shopping vendo paredes cegas, e um pequeno jardim que não dava para lugar nenhum. Blam! A porta bateu atrás de mim.
Não tive muita saída, interrompi um colóquio e me informei com um casal que aproveitava a (ex) privacidade do local para conseguir voltar ao shopping. Entrei pelo supermercado onde descobri que ainda tinha seis lances até o teatro. Um de escada, uma tentativa num elevador que não se moveu – pq não atendia os tais andares e eu fiquei lá pagando de distração para o tio da segurança que devia estar se matando de rir do meu desespero vendo a tevezinha na sala de segurança – encontrei outro elevador e consegui finalmente chegar ao meu destino. Me senti aquela abelhinha dos labirintos de livros para colorir, perdida e mal paga e com uma pessoa com a mentalidade de três anos de idade me guiando ao objetivo. Isso sem contar que, em 100m de corredor consegui encontrar uma amiga que não via há anos e uma tia saindo do elevador no qual que precisava tão desesperadamente entrar. E claro, tive que falar “Oiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!! Tô atrasada.”, assim super simpática. Mas elas são paulistas também, me entenderam.
Depois a gente chega descabelada e esbaforida no teatro e aquela senhorinha com os óculos e cabelinho de Dona Violeta olham pra gente com aquela cara de ‘Humpf! No meu tempo, as pessoas se arrumavam mais para vir ao teatro....’

Para constar: uma das primeiras piadas incríveis do Marcelo Médici – das ótimas que eu ouvi ontem – foi justamente que ele se atrasou um pouquinho por causa do elevador. Só sendo um mestre jedi do bom-humor mesmo....
Resumo:
Em 20 minutos eu cruzei a cidade, mas não consegui subir do G2 ao sexto andar. Ah... e chegando lá –sim eu cheguei a tempo - ainda tinha uma escada para poder entrar no teatro. Fiquei mais chocada que a Barbie na caixa...